terça-feira, 13 de julho de 2021

Uma Peça-Filme "Túmulo do Rinoceronte" da Cia. Trupe de Teatro Sem Fim de Ilhéus


Numa era pós-apocalíptica, o mundo é atingido por uma doença mutante chamada “rinocerontinte” que transforma humanos em rinocerontes ferozes. Com uma trama influenciada pela obra homônima de Eugene Ionesco, os protagonistas da história são dois híbridos, metade homem e metade rinoceronte, o mágico Simum e o cético Bicornis, que de forma inexplicável vão visitar depois de bastante tempo o túmulo de um falecido amigo para realizar as devidas condolências e se despedir adequadamente de forma presencial.

 O roteiro da peça-filme é marcado pelo jogo de metáforas característico do teatro do absurdo e do metateatro, usa um dialeto inventado, uma espécie de grammelot com legendas traduzidas na tela, e propõe uma ressignificação dos métodos abordados, seguindo um caminho de desconstrução dos próprios caminhos investigados através da dúvida hiperbólica do filósofo René Descartes na contradição entre a “racionalidade”, “o senso comum”, e a “fábrica de fake news” do gabinete do ódio. 

Os personagens da ficção, numa evidente inversão dos papéis, entre espetáculo e plateia, se predispõem a olhar de forma sátira, racional e com distanciamento emocional, os atores do absurdo da vida real, enquanto fazem um “piquenique surreal” no cemitério dos negacionistas. A peça-filme denuncia o cristofascismo, o racismo e a caça predatória de rinocerontes com uma história dentro da história, através da linguagem do metateatro. 

OBS: Todas as cinco espécies de rinocerontes estão ameaçadas pela caça furtiva – três estão criticamente ameaçadas de extinção. 

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA – Larissa Paixão
ELENCO – Ed Paixão e Anderson Santos
DIREÇÃO GERAL E ROTEIRO – Ed Paixão

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